DN Educação - O Sertão virou sala de aula

Abstract

Nem precisaríamos revirar as páginas dos jornais antigos para saber que há 71 anos, no sertão potiguar, não havia energia elétrica, água encanada, estradas asfaltadas, antenas parabólicas e os carros eram somente os de boi. As escolas eram pequenos prédios, hospital nem pensar. As parteiras eram sim, grandes profissionais para quem não faltava serviço. As comunicações vinham a cavalo ou a telégrafo e a religiosidade, bem como os folguedos populares animavam a cultura in- teriorana. Era assim, o sertão do Rio Grande do Norte, retratado por Câmara Cascudo em sua viagem, chefiada pelo então interventor Mário Câmara, em 1934. Muitas são as diferenças de ontem e de hoje, e de região para região, sejam elas climáticas, geográficas, econômicas, sociais ou educacionais. E foi justamente esse olhar crítico que motivou o DIÁRIO DE NATAL, através do Projeto Ler/DN Educação, com o importante apoio da governadora Wilma de Faria e da Secretaria de Educação, além da UFRN, Cefet e da ong IDEAR a refazerem o percurso traçado por Câmara Cascudo. Estudantes do Ensino Fundamental, Médio e Superior, além de professores de História e Geografia percorreram mais de 1.230 quilômetros do sertão potiguar. Cascudo integrou a comitiva como chefe regional integralista e, depois, descreveu a expedição nas páginas do jornal A República, documentando-a, mais tarde, no livro "Viajando o Sertão", publicado em três edições (1934,1975 e 1984). O DN Educação mostra, nesta edição, como foi "Viajando o Sertão de novo" e faz um parâmetro das duas realidades, evidenciando as transformações dos aspectos sócio- econômicos do interior do Rio Grande do Norte.